quarta-feira, 11 de junho de 2014

Versos Roubados

Arte e formatação de Safira Saldanha
Escuto a canção que, gemendo, me diz,
Que o verso que faço, beleza não tem;
Que é rude, sisudo, e que chora também.
Não foi lapidado com tinta ou verniz;
É triste e, por vezes, tem sal, pó de giz.
É o grito que sai no clarão de um olhar,
Dos passos das almas na terra a vagar.
Comendo poeira, chorando suas dores;
A fome, a miséria, o desfalque, senhores!
São versos roubados nas águas do mar.
 
Edith Lobato

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