quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Teoria literária do Galope à beira mar

Imagem coletada no Google Imagem
Teoria Literária do Galope à Beira Mar
 
O galope à beira-mar foi criado pelo repentista cearense José Pretinho. Conta-se que ele, após perder um duelo em martelo agalopado, foi retirar-se à beira-mar, e ali, vendo e ouvindo o marulho das águas, imaginou o som de um galope. E fez os versos de onze sílabas (hendecassílabos), com a mesma estrutura de décima (estrofe de dez versos). Manteve o esquema rímico ABBAACCDDC usual no martelo agalopado.
 
 Assim, o Galope à beira mar é uma décima, cujos versos são hendecassílabos, ou seja, versos que têm 11 sílabas poéticas. Muito praticado no Nordeste do Brasil. No Galope à beira mar, as tônicas ficam nas posições 2, 5, 8 e 11 e produzem o som (ta-tá) (ta-ta-tá) (ta-ta-tá) (ta-ta-tá). As rimas do Galope à beira mar são: ABBAACCDDC.
 
Obs. O Galope à beira mar deve terminar sempre com a palavra mar ou com o termo Galope à beira mar.
 
Voz do poeta
 
Os versos cantados, mensagens de amor, - (A)
Transmitem as dores, algozes do peito – (B)
E deixam prostrados, sem clima e sem jeito, – (B)
Quem busca o consolo e a ilusão de supor – (A)
Que a vida é mais bela na voz de um cantor. – (A)
A voz de um poeta, perdido ao luar – (C)
É um grito da alma... O poder de falar – (C)
Da angústia, dos medos, dos males, da vida – (D)
Da sorte distante, esperança perdida, – (D)
Das lágrimas quentes, salgadas qual mar. – (C)
 
Carlos Alberto Fiore - Limeira/SP
 
Detalhes
 
Exemplo de um verso hendecassílado = verso com 11 sílabas poéticas:
 
Os/ ver/sos/ can/ ta / dos,/ men/ as / gens/ de a/mor
    1     2      3     4     5     6        7     8      9      10    11
 
As sílabas tônicas grifadas (2, 5, 8 e 11) seguem em todos os versos.
 
Rimas:
A (Amor, Supor, Cantor) – B (Peito, Jeito).
 
C (Luar, Falar, Mar) – D(Vida, Perdida).
 
Fontes para pesquisa e estudos
 
 
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Agradeço sua visita, leitura e comentário. É um prazer tê-lo em Sons do Coração. (Edith Lobato)